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As Flores Perdidas de Alice Hart (2023) (Série)

quinta-feira, 20 de novembro de 2025

Saudações, Leitores!

Um dia estava "passeando" na Prime Vídeo e me deparei com a sugestão da minissérie As Flores Perdidas de Alice Hart na sessão de adaptações de livros e ao ler a sinopse fiquei tão curiosa que optei por ler o livro primeiro e depois conferir a série, por isso você já encontra a resenha do livro As Flores Perdidas de Alice Hart escrito por Holly Ringland e após a leitura fiquei ainda mais curiosa para conferir a minissérie, especialmente para saber como o livro seria "traduzido" para a tela.

E o veredito é: Gostei demais! A série conseguiu capturar a essência dolorosa, lírica e, acima de tudo, resiliente do livro, entregando uma experiência visualmente deslumbrante e emocionalmente coerente. Houveram algumas sutis mudanças do material original, mas, na minha opinião, proporcionaram à adaptação um ritmo mais coerente e fluído, especialmente nos arcos de Alice adulta, porque como o livro "oculta" várias coisas que só descobrimos no final e na série as conexões são feitas de forma que há mais conexão e nos proporciona um entendimento mais íntimo e conexão.

Acompanha o post pra eu te contar mais como foi minha relação com a série...

As Flores Perdidas de Alice Hart
Título Original:
The Lost Flowers of Alice Hart (Season 1)
Ano: 2023
Direção: Glendyn Ivin
Duração: 422 min (7 episódios)
Classificação: +16
Gênero: Drama. Romance.
País de Origem: Austrália
Minha Avaliação:⭐⭐⭐⭐
Sinopse: Um romance sobre memórias silenciadas e as narrativas que criamos para sobreviver. Aos nove anos, Alice vive entre o mar e os canaviais, protegida pelas flores encantadas da mãe e pelas mensagens que a afastam da violência do pai. Após uma tragédia, muda-se para a quinta da avó, um refúgio para mulheres marcadas pela dor, onde aprende a usar a linguagem das flores como forma de expressão. Mas os segredos de família e uma traição profunda a forçam a encarar a verdade. Para se libertar, Alice precisará assumir o poder da sua própria história.

O PODER DAS FLORES E DO SILÊNCIO

A minissérie começa com pequena Alice (interpretada brilhantemente por Alyla Browne) vivendo um conto de fadas sombrio: isolada com seus pais, Agnes e Clem, em um cenário idílico, mas sob o ciclo de violência doméstica do pai. Após uma tragédia que devasta sua família e a deixa temporariamente muda, Alice é levada para Thornfield, uma fazenda de flores nativas no interior da Austrália, que serve como um santuário para mulheres vítimas de abuso.

Lá, ela é criada por sua avó paterna, June Hart e pelas "Flores", um grupo de mulheres que se comunica através da florigrafia.. A narrativa acompanha Alice em três fases da vida, na busca por sua verdadeira identidade, pela verdade sobre seus pais e pelos segredos que June escondeu por décadas. É uma história sensível e emocionante sobre o legado do trauma e a força em encontrar a própria voz.

SÉRIE X LIVRO: MUDANÇAS SUTIS QUE FIZERAM BEM PARA A ADAPTAÇÃO!

A grande força da série, e o motivo pelo qual achei a adaptação mais fluída que o livro, que por vezes é mais melancólico e arrastado em sua introspecção, está na habilidade de simplificar a linha do tempo e acelerar certas revelações.

No livro, a jornada de Alice adulta, após a fuga de Thornfield, é cheia de desvios e encontros que, embora poéticos, podiam fragmentar um pouco o ritmo. Já na série, a narrativa é mais direta, amarrando os arcos de forma mais cinematográfica.

No livro, as mentiras de June sobre o pai de Alice e Oggi são reveladas através de cartas e documentos dispersos ao longo de um extenso período, mantendo um mistério mais prolongado. Na série, a descoberta é mais imediata e direta, concentrada em um momento de choque no meio da temporada, dando mais espaço para Alice processar a traição de June. Isso acelera a espiral de revolta de Alice, tornando a transição da personagem mais compreensível em 7 episódios.

A série encurta e simplifica alguns flashbacks sobre June e Clem (o pai de Alice), que no livro são mais detalhados. A adaptação prioriza o ponto de vista de Alice e seu presente, o que torna a trama mais coesa e focada em seu romance de formação.

O relacionamento abusivo de Alice com Dylan é um ponto central de sua vida adulta. A série não hesita em mostrar a toxicidade e a violência de Dylan de forma clara e chocante. A forma como o incêndio e a fuga são retratados no deserto (o cenário australiano de tirar o fôlego, diga-se de passagem!) funcionam como um ponto de ruptura visualmente forte, que dá o impacto necessário para justificar a reviravolta na vida de Alice.

A FORÇA DA IMAGEM E DA ATUAÇÃO

Visualmente, a série é um deleite e um grande acerto. O deserto australiano, a costa e a própria fazenda são filmados com uma beleza deslumbrante, quase mágica, contrastando com a escuridão dos temas abordados. A florigrafia é incorporada de forma orgânica, com cenas que mostram June ensinando Alice a usar as flores para se comunicar, o que é um ponto altíssimo de fidelidade à essência do livro e, a cada início de episódio, assim como nos capítulos temos o nome de uma flor e seu significado quem tem total contexto com o que será apresentado.

E, claro, o elenco foi muito cirúrgico (no sentido de assertivo) em suas atuações Sigourney Weaver é hipnotizante como June, transmitindo a força e a dor de uma mulher que tenta quebrar um ciclo de violência cometendo seus próprios erros. Eu não consigo ver outra atriz como June. Brilhante.

Tanto a Alyla Browne que vive Alice quando criança quanto Alycia Debnam-Carey que é a versão adulta são fabulosas. Os demais atores também... Não consigo pensar em um que tenha me decepcionado em sua atuação. 

CONCLUSÃO

As Flores Perdidas de Alice Hart é, sem dúvida, uma das melhores adaptações para série que já vi. Gostei demais da maneira como a série honrou o material original, mantendo o tom lírico, mas ousando em sutis mudanças estruturais. Essas alterações não apenas provaram ser escolhas inteligentes para o formato de minissérie, como também tornaram a narrativa mais coerente e fluída, focando a dor e a cura de Alice com precisão.

É uma série forte, necessária e visualmente impactante, que cumpre o papel de levar essa obra-prima de Holly Ringland a um público mais amplo sem perder a sua alma.

Obrigada por terem lido, espero que os tenha empolgado para assistir! Até a próxima postagem! 

Caso você já tenha lido o livro e/ou assistido à série, me conte nos comentários o que você achou...

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