It: A Coisa é um baita livro!
Saudações, Leitores!
Hoje o papo é sobre o mestre do terror, o cara que assombra gerações com suas histórias profundas e aterrorizantes: Stephen King. O autor dispensa apresentações, mas vale lembrar que é o rei indiscutível de horror e suspense, mas também nos entrega dramas fantásticos com muita crítica social e humana. Inclusive aqui no site tem resenhas de alguns de seus livros - afinal eu fou fã: Sob a Redoma (2009), Mr. Mercedes (2014), Achados e Perdidos (2016), Último Turno (2016), Celular (2007), A Metade Sombria (1989), Carrie, a Estranha (1974), O Cemitério (1983), Ascensão (2018), The Dark Man (1969) e O Iluminado (1977). E agora, finalmente, posso adicionar a essa lista um dos seus maiores e mais desafiadores calhamaços clássicos: It: A Coisa (It, 1986).
Vou começar dizendo um pouco sobre a minha experiência de leitura, que já mostra como este livro é imponente. A primeira vez que tentei mergulhar nas profundezas de Derry, Maine, foi em 2017. Eu li It: A Coisa até pouco mais da metade, mas acabei abandonando. Tanto pelo volume ser uma calhamaço de mais de mil páginas, como pelas descrições pesadas que exigem fôlego e atenção para conectar todos os fios da trama... eu simplesmente parei, fui pegando outros livros e não retomei mais. Porém, este ano (2025) em agosto, decidi que era a hora de enfrentar A Coisa de verdade e recomecei do zero, finalizando a leitura agora em novembro (2025). Ufa! 3 meses de leitura... dá pra perceber que é um livro que exige dedicação (embora eu estivesse lendo outros livros em simultâneo), mas garanto que vale cada páginas!
Vamos agora ao volume em si? It: A Coisa se passa na cidadezinha de Derry, onde um horror ancestral acorda a cada 27 anos para se alimentar, assumindo a forma daquilo que suas vítimas mais temem, embora sua manifestação mais famosa seja a do palhaço Pennywise.
A história se desenrola em duas linhas do tempo, a primeira, em 1958, na infância dos membros do Clube dos Otários, as 7 crianças Beverly (a única menina do grupo), Eddie, Ben, Bill, Richie, Mike e Stan, quando enfrentam a entidade maligna, A Coisa, pela primeira vez após a morte brutal de Georgie Denbrough, irmão de Bill. A segunda linha temporal acontece 27 anos depois, em 1985 quando os amigos que estavam espalhados pelo pais, retornam a Derry como adultos para cumprirem uma promessa de infância e enfrentarem A Coisa definitivamente.
O que torna a leitura de It: A Coisa tão rica, além do terror sobrenatural, é a intimidade que Stephen King constrói os protagonistas, amigos que quando separados eram tidos como fracassados, mas juntos passam a ser mais fortes e inteligentes, superando até seus medos. Para quem pensa que It: A Coisa é só um livro com um palhaço assassino, King nos entrega uma exploração brutal da infância e do trauma. Além da ameaça de Pennywise, Os membros do Clube dos Otários enfrentam outros vilões humanos que são tão aterrorizantes quanto o monstro, como outras crianças que praticam bullying, para dar nome aos bois: o bully sociopara Henry Bowers e sua gangue que aterrorizam os garotos. Mas não só eles, enfrentam também as relações complexas, algumas tóxicas e violentas com suas famílias. É muita coisa para essas crianças, acreditem!
Achei notável e claro riquíssimo a forma como King detalha a união do grupo, as regras da amizade e o poder da memória. O ritual de esquecimento que recai sobre quem deixa Derry é um elemento central, assim como o local de encontro secreto do grupo entre tantos outros detalhes, principalmente sobre a entidade maligna que "vive" em Derry, a construção e o aparecimento dessa Coisa. E, sim, não vou maquiar o fato do volume ser grande e as descrições, por vezes, bem extensas e pesadas, tratando de abuso familiar e violência, descrições minuciosas que a gente fica pensando na "cena" depois, mas é exatamente essas descrições, essa crueza que torna a amizade deles e a história tão significativa e sem pontas soltas. Enquanto leitora, saí do volume com todos os meus questionamentos respondidos de forma satisfatória e o final agridoce foi bem realista para o cenário que se desenrolava e para o próprio gênero de terror, né?
Já deu para perceber que recomendo It: A Coisa. É uma obra sobre amadurecimento, sobre a perda da inocência e, principalmente, sobre o poder inquebrável da amizade. É desafiador, sim, mas a recompensa de acompanhar a jornada do Clube dos Otários é imensa, porém, faço a ressalva para que observem a classificação indicativa do livro e inúmeros gatilhos que o volume possui.
Antes que finalizar só quero trazer mais uma consideração que é sobre a adaptação cinematográfica "recente" dividida em duas partes de It: A Coisa. Eu pensei que tivesse assistido às duas partes, mas me dei conta, enquanto lia o volume que assisti apenas à primeira parte no cinema e até fiz análise AQUI, Agora com o livro completamente lido e fresco na minha mente, será que consigo encarar a segunda parte? Tô pensando que para isso vou ter que assistir a Parte 1 novamente... Não sei... Não sei se estou na vibe neste momento, mas se rolar faço um post depois.
Se você curte terror que vai além do susto e toca em temas muitos mais profundos, encare o desafio de It: A Coisa e depois me conta o que achou!
Obrigada por ter lido até aqui, tentei ao máximo não escrever muito e deixei de fora muita coisa que me deixou de queixo caído, mas é isso, acho que está o essencial. Até a próxima postagem!
| FICHA TÉCNICA |
| Título Original: It Autor: Stephen King Tradutor: Regiane Winarski Gênero: Ficção. Terror. Horror. Suspense. Editora: Suma Ano: 1986-2014 | 1104 págs. País de Origem: Estados Unidos. Classificação: +18 Aviso de Conteúdo: Tentativa de estupro (explícito). Assassinato de criança. Morte. Violência. Tortura. Abuso parental. Decapitação. Descrição de cadáveres. Racismo. Gordofobia. Homofobia. Suicídio. Orgia feita por crianças (descrito). Minha avaliação:⭐⭐⭐⭐⭐❤️(5/5) |
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