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Resenha: O Cemitério - Stephen King

terça-feira, 10 de dezembro de 2019

O Cemitério, Stephen King, Rio de Janeiro: Suma (Objetiva), 2013, 424 pág.
Tradução: Mário Molina
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Saudações Leitores!
O Cemitério (Pet Sematary, 1983), escrito por Stephen King não é um livro novo do autor, mas como recentemente teve uma adaptação cinematográfica, chamada Cemitério Maldito, ele voltou a ser muito comentado.

O solo do coração de um homem é mais empedernido.

Que King é o mestre do terror todo mundo já sabe, mas de todos os livros que li do escritor até agora, este foi o mais perturbador e o que mais mexeu comigo e me deixou realmente assustada e, pelo que andei pesquisando, o próprio escritor e sua esposa também o consideram assim.

Eu fiquei ruinzinha enquanto lia O Cemitério e quando cheguei ao final, no epílogo da obra me deixou com uma sensação absurdamente péssima, temerosa e reflexiva, porque o que o King consegue fazer magnificamente é um estudo do psicológico humano, sobre ir até as últimas consequências.

Às vezes as pessoas fazem coisas simplesmente porque lhes parecem certas. Isto é, parecem certas ao coração. Mas se fazem as coisas e depois ficam achando que não agiram direito, se enchem de perguntas, e ficam cheias de dúvidas que provocam indigestão, mas não no estômago e sim na cabeça, e pensam que cometeram um erro.

O Cemitério vai lidar com temas muito fortes como perda e luto, mesmo com a parte fantástica e sobrenatural que praticamente todos os livros do King tem, o livro não perde ser valor e a abordagem real sobre os sentimentos humanos.
Nesse volume vamos acompanhar Louis Creed, sua esposa Rachel e seus dois filhos Ellie e Gage chegando em sua nova casa na cidade de Ludlow. Louis vai trabalhar como médico na universidade e tudo parece ser o prenúncio de uma nova vida feliz, inclusive quando conhecem seus vizinhos Jud e Norma, um casal de idosos simpáticos, que se tornam uma rede de apoio para a família.

Isso acontece de vez em quando. No fundo, você não escolhe o momento de se sentir bem, como também não escolhe o momento de se sentir mal... O lugar tem alguma coisa a ver com isso, é claro, mesmo que você não acredite...

Logo nos primeiros momentos Jud revela que atrás da casa em que a família mora, percorrendo um trilha um pouco longa há um "simitério de bichos" em que as crianças da cidade enterravam seus bichos de estimação. O cenário de King está praticamente montado.
Uma rede de mistérios e situações bizarras passam a acontecer com Louis logo no primeiro dia de seu trabalho na universidade e, posteriormente, até o gato de sua filha morrer atropelado na estrada e Jud revelar uma solução ainda mais excêntrica. Outros fatos acontecem ainda mais assustadores.

Quado um animal de estimação é atropelado na estrada, uma criança nunca esquece.

Confesso, no entanto, que o ritmo mas frenético de O Cemitério acontece a partir da segunda parte do livro, de forma que é praticamente impossível largar o volume, tanto porque já conseguimos prever o que pode acontecer dali, mas também, ficamos céticos e incrédulos com o que King está desenvolvendo.
Fiquei com o coração partido e muito arrepiada lendo O Cemitério e o mais assustador é que, embora as coisas estejam se encaminhando por algo previsível, dói crer que algo assim seria possível e que aconteceria, ficamos ansiosos, temerosos e no fim King ainda consegue nos surpreender com o desfecho.

Certo ou errado, acreditava que a filha chorava pela inevitabilidade da morte, pelo fato de a morte ser tão impermeável aos argumentos ou às lágrimas de uma menina. Acreditava que Ellie chorava por sua cruel imprevisibilidade e devido a maravilhosa é terrível capacidade que têm os seres humanos de transformar símbolos em conclusões que podem ser belas e generosa ou extremamente sinistras. Se todos aqueles animais estavam mortos e enterrados, então Church também podia morrer...

Já li alguns livro do King (Sob a Redoma, Mr. Mercedes, Achados e PerdidosO Último TurnoCelular, Carrie - A EstranhaA Metade Sombria), mas definitivamente O Cemitério foi o mais assustador e que mais mexeu comigo de forma indescritível. King sempre me surpreendendo, fico impressionada com a genialidade desse escritor.

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