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Resenha: Carrie, a Estranha - de Stephen King

sexta-feira, 23 de agosto de 2019

Carrie, a Estranha, Stephen King, Rio de Janeiro: Suma, 2013, 200 pág.
Tradução: Adalgisa Campos da Silva
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Saudações Leitores!
Carrie, a Estranha (Carrie, 1974) foi a obra de estréia do mundialmente conhecido Stephen King (Sob a Recoma, Mr. Mercedes, Achados e Perdidos, Último Turno, Celular, A Metade Sombria), porém não é a mais amada, pelo contrário, é a que boa parte das pessoas não gostam, pois desde o começo da obra já sabemos seu começo, meio e fim, o que gera uma certa previsibilidade que não agrada os leitores do escritor.

Mesmo com esse "preconceito em relação a Carrie, a Estranha eu a considerei uma obra genial, sobretudo a forma como King conduziu a estória, mesmo com a previsibilidade e conhecendo os acontecimentos somos surpreendidos e muito com os acontecimentos e inseridos no universo angustiante e trágico do enredo.
"Tinha cintura grossa porque às vezes se sentia tão desgraçada, vazia e entediada que a única maneira de preencher esse buraco vazio e sonoro era comer, comer e comer - mas não era tão gorda assim. Sua química corporal não a deixava ultrapassar um certo ponto."
Em Carrie, a Estranha acompanhamos Carrrieta White que, aos 16 anos, vive uma vida completamente diferente, além de seus conflitos juvenis e ter que se adaptar com as mudanças de seu corpo, ela não se encaixa no "mundo que a cerca, pois vive sob a opressão de sua mãe, Margaret White, uma fanática religiosa.

Desse modo, Carrie acaba sendo estranha para as demais pessoas, pois suas roupas, seu jeito, seu comportamento não é semelhante ao padrão dos outros jovens, de modo que é nessa fase que ela mais sofre preconceito e bullying dos colegas de classe. Para completar, ela aparentemente consegue fazer coisas estranhas quando está com raiva (como apagar as luzes, fazer objetos se mexerem).
"_Mas quase ninguém descobre que seus atos, na verdade, magoaram realmente os outros! Ninguém fica melhor, as pessoas só ficam mais espertas. Quando fica mais espero, você não para de arrancar asa de mosca, só imagina um motivo melhor para fazer isso. Muita gente está dizendo que tem pena de Carrie White, as meninas principalmente, e isso é uma piada, mas garanto que nenhuma delas sabe o que é ser Carrie White, cada segundo de cada dia. E, o fundo, estão pouco ligando."
É perceptível, de acordo com o andar da estória que Carrie está vivendo no seu limite e que falta pouco para o copo transbordar, além dos problemas que vive na escola e o sonho de tentar se enturmar, em casa a vida da jovem é um verdadeiro inferno, pois sua mãe e o fanatismo religioso dela fazem com que Carrie se sinta culpada o tempo todo e pecadora, como se sempre estivesse fazendo algo e que não merecesse perdão.

Confesso que é muito difícil ler Carrie, a Estranha e ver todos os contornos do enredo se desenvolvendo e reconhecer que foram as palavras que mais machucaram Carrie e a tornaram alguém perigosa e perturbada, tanto quanto sua própria mãe.
Carrie não conseguiu controlar suas emoções a pressão de todos, realmente deixou transbordar sua dor, tornando-se tão vítima quanto vilã desse enredo.  Foi assustador, ver quem Carrie se tornou, fruto da falta de amor e descaso.
"Sabemos que Carrie era vítima do fanatismo religioso da mãe. Sabemos que possuía um talento telecinético, chamado vulgarmente de TC. Sabemos que esse chamado "dom espontâneo" é realmente um traço hereditário, produzido por um gene recessivo, quado presente...."
Para mim, King foi genial nesse livro, ele consegue explorar bem os eventos de modo a mexer com os sentimentos do leitor - eu, por exemplo, fiquei angustiada durante todas as páginas -, além do mais, a forma como o autor resolveu contar a estória foi avassaladora: é como se fosse fragmentos de jornais, entrevistas, livros, relatos e relatórios de polícia, além de partes onde a própria Carrie conta seu ponto de vista.

Sempre vou ser suspeita para falar do Stephen King, ainda não teve nenhum livro dele - que li - e me decepcionou, pelo contrários todos são incríveis e surpreendentes. Recomendo.
"A impressão geral é a de uma cidade aguardando a morte chegar. Atualmente, é pouco dizer que Chamberlain jamais será a mesma. O mais exato seria dizer que Chamberlain simplesmente nunca mais existirá." 

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