Amanhecer na Colheita é um livro que assim como seus antecessores traz uma baita reflexão e nos deixa angustiados por lermos uma história absolutamente devastadora, com começo, meio e fim cheio de tragédia e traumas
Saudações, Leitores!
Como todo fã, acho que aguardava ansiosamente o lançamento de Amanhecer na Colheita, 5º volume de Jogos Vorazes, desde o dia que foi anunciado, que se trata de um prequel com a proposta de ser a história de Haymitch Abernathy, do Distrito 12, e único sobrevivente da 50º edição dos Jogos Vorazes, isto é, segundo Massacre Quaternário e que, como sabemos, após sua edição dos Jogos, tornou-se um alcoólatra.
Amanhecer na Colheita me surpreendeu de maneiras inesperadas. Ao iniciar a leitura, imaginei que encontraria um ritmo mais acelerado, repleto de adrenalina e tensão constantes, como nos livros da trilogia original (Jogos Vorazes, Em Chamas e A Esperança). No entanto, a narrativa segue um compasso mais lento e introspectivo, o que lembra um pouco do que encontramos em A Cantiga dos Pássaros e das Serpentes, o que exigiu mais paciência, mas acabou entregando algo igualmente marcante: um impacto emocional profundo e uma história sólida, coerente e muito bem construída, tal como aconteceu em "A Cantiga..."
Suzanne Collins mergulha ainda mais na complexidade de Panem, relevando a opulência e privilégios alienados da Capital e como isso é favorável para a política do presidente Snow, revelando as camadas políticas, sociais e emocionais que moldam o universo e cada um dos personagens.
Apesar do ritmo mais devagar, o enredo tem um peso que cresce gradativamente. Os acontecimentos não são jogados para chocar, mas sim inseridos com uma lógica impecável dentro da narrativa, o que confere realismo e força dramática à história. A cena da nova Colheita, por exemplo, é impactante não por sua brutalidade explícita, mas pelo simbolismo e pelas decisões políticas que a motivam, além do mais porque mostra que a Capital jamais vai "jogar" a favor do povo, mas dela própria, mesmo que isso envolva uma colheita injusta, mortes, chantagem e coação de todo um distrito, onde todos viram o que aconteceu, mas nada puderam fazer para impedir, porque estão acorrentados (de maneira invisível) por um sistema absolutamente ditatorial opressor.
Amanhecer na Colheita também nos serve para demonstrar com maestria como era Panem na época de Haymitch, como o dia de seu aniversário é o mesmo da colheita e como tudo impacta negativamente em sua personalidade, torna Haymitch muito mais humano e percebemos que ele foi um adolescente cheio de planos, com uma família que amava e com uma namorada que faria tudo por ela. Esse lado é lindo, mas devastador porque de alguma forma sabemos que ele perdeu tudo e se tornou a pessoa mais desesperançada que conhecemos em Jogos Vorazes.
E sim, Amanhecer na Colheita traz alguns momentos de fan service — sutis, mas presentes — que funcionam como acenos aos leitores de longa data. São personagens que aparecem em Jogos Vorazes e em A Cantiga dos Pássaros e das Serpentes além do mais, essas cenas e alguns diálogos despertam nostalgia e cumprem bem seu papel de nos emocionar.
No fim das contas, mesmo que a leitura tenha sido mais lenta do que imaginei não foi com menos ação, toda a obra nos conduz ao impacto do volume. Amanhecer na Colheita é mais sobre cicatrizes do que sobre vitórias, apesar de Haymitch ter ganhado a edição dos Jogos, é mais sobre consequências do que sobre recomeços, afinal como é possível recomeçar depois dos traumas e depois de enfrentar a Capital, pois há consequências, assim toda essa história se torna uma adição honesta e poderosa ao universo de Jogos Vorazes.
Para finalizar, quando fechei o volume de Amanhecer na Colheita eu sabia que precisaria de alguns dias para processar essa história e sei que eu poderia falar muito mais coisa aqui, porém, acredito que dei meu recado e fica a sugestão de leitura, aventurem-se também! Obrigada por terem lido e até o próximo post!
FICHA TÉCNICA |
Título Original: Sunrise on the Reaping Autor: Suzanne Collins Tradutor: Regiane Winarski Gênero: Ficção. Distopia. Editora: Rocco Ano: 2025 | 448 págs. País de Origem: Estados Unidos Classificação: +15 Aviso de Conteúdo: Violência. Suicídio. Assassinato. Monstros. Minha avaliação:⭐⭐⭐⭐(4/5) |
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