Saudações Leitores!
Já faz algum tempo que li o primeiro livro da trilogia dos Irmãos Wolfe e como O Azarão ficou muito aquém das minhas expectativas criei um certo receio em lei a continuação Bom de Briga, mas após superá-lo li o segundo volume e tive uma feliz surpresa, vem conferir:
Bom de Briga, Markus
Zusak, Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2013, 208 pág.
Traduzido por Ana
Resende
Fighting Ruben Wolfe foi publicado
originalmente em 2000, no Brasil tem o título
Bom de Briga, e é o segundo livro da trilogia dos Irmãos Wolfe,
precedido por
O
Azarão escrito por Markus Zusak, o autor best-seller de
A Menina que Roubava Livros.
Já tem
algum tempo que li O Azarão, mas o
fato que se deu foi: não gostei do livro, achei de certo bobo, ou melhor,
depositei muitas esperanças e me frustrei loucamente, logo eu tinha lido A Menina que Roubava Livros e achei tão
genial que achei que essa trilogia seguiria o mesmo nível, embora tivesse sido
escrito primeiro, foi aí que me frustrei.
"Sabe, fica fácil se
livrar de alguém que a gente simplesmente detesta. O problema é que quando você
gosta da pessoa, aí fica difícil de controlar. Com um pouco de simpatia, tudo
pode acontecer. É uma combinação mortal." (p.49)
Acho que
já vim mais preparada para o que viesse em Bom
de Briga, e foi aqui que me surpreendi, porque o livro superou, e muito,
minhas expectativas, a narrativa ficou muito mais envolvente, os personagens
também chamaram mais atenção e o rumo que a história tomou foi bem mais
interessante que o volume 1 da trilogia.
Neste
segundo volume, após os acontecimentos do primeiro livro as coisas não andam
tão bem para a família Wolfe, e novamente ficamos sabendo das dificuldades
encontradas por todos os integrantes da família: o pai está desempregado desde
o acidente, a mãe tem dado muito duro nos trabalhos para poder manter a casa, o
irmão mais velho está saindo de casa, a irmã está sem rumo após ter sido
largada pelo namorado, Rube e Cameron continuam um pouco inconsequentes, mas
mais adultos.
"Você não acha
engraçado como o tempo parece fazer um monte de coisas? Ele voa, ele diz e, o
pior de tudo, ele acaba." (p.94)
Na escola
os amigos de Rube e Cam começam a soltar piadas para os dois a respeito do pai
desempregando e da irmã que se tornou vadia, Rube não aguenta e quebra a cara
da criatura que o provocou. A Fama de Rube se espalha e daí surge uma
oportunidade, desse modo a brincadeira (que vimos no livro anterior) dos
irmãos Wolfe ficarem lutando com apenas uma luva de boxe no quintal acaba se
tornando algo sério.
Perry, um
homem que faz apostas em lutas e promove um campeonato de lutas clandestinas propõe
que Rube e Cam lutem para ele, pois é uma forma de ganhar dinheiro. De fato os
irmãos abraçam essa oportunidade e é a partir daí que eles se veem em conflito
também: quando mais lutam mais se tornam conhecidos, ganham dinheiro, não
obstante, também perdem suas essências. Desse modo Bom de Briga é um litro intenso que mostra o interior dos irmãos:
os medos, anseios, é o livro em que eles tentam se descobrir e até mesmo
lutarem contra si mesmos.
"_Não perca o seu
coração, Rude.
_Não estou tentando perder,
Cam. Estou tentando encontrar." (p.137)
Entre os
capítulos, ao invés dos sonhos completamente sem noção de Cameron que tínhamos no
primeiro livro, em Bom De Briga
temos os diálogos entre Cam e Rube, o que nos proporciona um melhor
conhecimento dos personagens. Também pude perceber que este volume focou mais
em Rube do quem em Cam, mas, é claro não deixou nenhum integrante Wolfe para
trás, porque à medida que a narrativa se aprofundava também sabíamos o que
acontecia com os demais integrantes da família.
Para mim, este
livro foi fantástico e absolutamente melhor que O Azarão, me fez voltar a apreciar o escrito. O livro que não é
volumoso e teve a capacidade de mexer com meus sentimentos! Em algumas horas dá
para lê-lo e, sem dúvida alguma, vale a pena a leitura.
"Mas nenhum de nós
sabe, porque uma luta não vale nada se você sabe desde o início que vai ganhar.
São as lutas no meio disso que põem você à prova. São as que trazem perguntas
com elas.
Um lutador pode ser um
vencedor, mas isso não faz de um vencedor um lutador." (p.180)