Minha reação foi tipo: Nossa! Uau! Pqp! Ahhh! Ohhhh! Ai! Eca! Valha me Deus! Nãoooo! Isso! Meu Deus! Como isso foi acontecer?! Vai, vai! Para, para, para! Por quê?!
Meus sentimentos: amor, raiva, ódio, indignação, esperança, surpresa, histeria, revolta, conformação, ansiedade, choro, risos...etc.
Ah, uma coisa boa que aconteceu é que esse livro li com minhas amigas e companheiras do Clube do Livro
Cookies & Borrões e foi muito bom porque eu podia comentar com elas os meus sentimentos durante a leitura e desabafar.
Outlander 1#: A Viajante do Tempo, Diana Gabaldon, Rio de Janeiro:
Saída de Emergência,
2014, 800 pág.
Tradução de Geni
Hirata
Outlander: A Viajante do Tempo foi
originalmente publicado em 1991 e trata-se de uma série escrita pela norte
americana Diana Galbadon. A Série Outlander
conta atualmente com 8 títulos, entretanto os livros 3, 4, 5, 6, 7 são
divididos em 2 volumes, ou seja, no total teríamos 13 livros (*.*) até agora.
Na ordem de título e ano de publicações originais seria assim:
1 A
Viajante do Tempo (1991)
2 A
Libélula no Âmbar (1992)
3 O
Resgate no Mar – volumes I e II (1993)
4 Os
Tambores de Outono – volumes I e II (1996)
5 A Cruz
de Fogo – volumes I e II (2001)
6 Um Sopro
de Neve e Cinza – volumes I e II (2005)
7 Ecos do
Futuro – volumes I e II (2009)
8 Written
in my heart’s blood (2014)
Além desse
detalhe, a série tem ganhado cada vez mais destaque porque em 2014 ela começou
a ser adaptada em uma série televisiva pelo canal Starz. Diana Galbadon é
autora best-seller e já tem ganhado vários prêmios por seus livros, em especial
por suas séries Outlander e Lord John.
Outlander: A Viajante do Tempo é um romance
histórico que acontece na Escócia no pós-segunda guerra, 1945, e na Escócia de
1743. Além de romance a série traz muita aventura, mistério, fantasia, pesquisa
histórica e cultural, fábulas, misticismo, ficção. É, de fato, uma obra
completa.
Essa
resenha é uma das mais difíceis que escrevo em minha vida porque não consigo
traduzir a multiplicidade de sentimentos que me envolveram durante esta
leitura, só digo uma coisa que pode servir de exemplo: Nunca tinha lido um
livro tão fantástico, bem escrito, viciante, com uma história original e
envolvente como este. Minha resenha estará muito inferior ao potencial de
descrição e qualidade deste livro.
Sobre o
enredo, é normal já termos lido ou ouvido falar de algum livro com viagens no
tempo, mas Outlander tem suas
particularidades e são essas particularidades que envolvem TODOS os leitores. Se
um livro bom for aquele que faz com que seus leitores sejam incapazes de
descrevê-lo através de palavras literais, este livro é exatamente assim e só
consigo pensar em metáforas para descrevê-lo: Outlander é como um mergulho
histórico, cultural, sensível, cruel, irreverente, impiedoso e devastador de
uma época em que a Escócia tinha um brilho e naturalidade exuberantes, mas
escondia coisas devastadoras, é impossível não se perder em suas páginas e
viajar no tempo com Claire para a Escócia de 1743.
Claire, uma
mulher casada, enfermeira, que experiênciou e viveu a Segunda Guerra Mundial de
perto, ao desfrutar de sua segunda lua de mel na Escócia com seu marido Frank
após a guerra, vê-se numa situação inimaginável e que seu cérebro não
conseguiria processar de maneira científica: transporta-se magicamente para uma
Escócia inóspita de 1743 e está jogada a própria sorte, aventuras e perigos que
jamais supôs que algum dia viveria, até conhecer o Clã Mackenzie e
consequentemente Jamie, um foragido sobrinho do representante do Clã e está sob
sua proteção.
Os personagens
de Galbadon são extremamente reais, quase palpáveis. Numa época em que o “bum” literário
está voltado para os romances juvenis, nos depararmos com personagens maduros,
capazes de nos cativar, inteligentes, sem mimimis, briguinhas bobas e conflitos
psicológicos rasos me faz perceber o quanto a literatura é um mundo incrível e
inovador. Os personagens de Oultander
surpreendem por sua profundidade e personalidades fortes e isso vale para os
personagens principais e secundários – a escritora soube trabalhar
perfeitamente bem em todos, uma artesã das palavras e descrições – Claire e
Jamie são personagens capazes de cativar todos os tipos de leitores: uma mulher
a frente do tempo em que foi mandada, com conhecimentos, mas incapaz de lidar
com a forma de viver, por isso Jamie vem ao seu socorro, com delicadeza, dureza,
brutalidade, amor, admiração.
Sobre o
romance entre Jamie e Claire, que acontece de forma inusitada e, portanto, não
tem aqueles fogos de artifícios, mas que nasce de uma profunda admiração e de
forma paulatina, de forma em que ambos se descobrem apaixonados desde o
primeiro instante, mas as circunstâncias não favoreciam em nada o romance,
então, ele vai acontecendo página a página e podemos nos apaixonar pelo casal
na medida em que eles se apaixonam. Cá entre nós, os dois tem uma química
incrível e o relacionamento deles soltam faíscas capazes de nos queimar. Sim,
há muito erotismo – sem vulgaridade – entre o casal e cenas (muitas cenas) de
amor e paixão torrenciais.
Diana
Galbadon não é apenas uma ótima escritora no sentido de ter escrito uma boa
história, mas ela é capaz de prender o leitor e sem sombra de dúvida teve que
fazer uma vasta pesquisa histórica e cultural da Escócia para escrever este
livro, além de idiomas como o gaélico, o inglês, nomes de lugares, trajes como
o kilt, armamento da época, as mudanças entre a Escócia de 1743 e 1945, com
tudo isso ela ainda nos presenteou com a proeza de um livro rico em detalhes e
cujas informações são ligadas e sem fios soltos desnecessários, a não ser
aqueles necessários para dar vazão a continuação. [ainda estou curiosa com
relação ao homem que Frank vê espiando a janela enquanto Claire se arruma em
1945].
Sem sombra
de dúvidas já estou ansiosa pela leitura de Oultander: A Libélula no Âmbar, embora esteja com aquela dúvida de
todo leitor: Será que o segundo livro é páreo ao primeiro? Não obstante, a
escrita de Diana Galbadon e seu potencial de criatividade já me cativaram tanto
que deposito todas as minhas expectativas em seus livros e tenho certeza que
ela não irá me decepcionar. Dou o voto de confiança e a escritora já se tornou
uma de minhas favoritas.
Então, tá
esperando o quê para ler Oultander e
se encantar também por essa história? Vá com tudo e perca o fôlego! Detalhe, se
prepare porque a leitura fará você: perder o fôlego, rir, chorar, ficar tensa,
arregalar os olhos, falar palavrões, querer quebrar a cara de algum
personagens, jogar o livro fora, esculhambar um personagem, se apaixonar e,
como todo bom livro, você ainda corre o risco de ficar com um enorme DPL, e
ficar com os personagens e a história rondando sua cabeça por dias e meses, mas
garanto: Vale a pena!
*Esse livro foi uma cortesia da Editora Saída de Emergência, para saber mais sobre ele clique
AQUI.