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Resenha: Dance of Thieves - Dinastia de Ladrões, Vol.1 - Mary E. Pearson

quinta-feira, 7 de março de 2019

Dance of Thieves - Dinastina de Ladrões - vol.1, Mary E. Pearson, 
Rio de Janeiro: DarkSide Books, 2018, 512 pág.
Tradução: Ana Death Duarte
COMPRAR: Amazon | Outras Lojas

Saudações Leitores!
Vamos conversar sobre Dance of Thieves, primeiro livro de uma nova série intitulada de Dinastia de Ladrões, escrita pela Mary E. Pearson, essa nova série se passa no mesmo universo da trilogia Crônicas de Amor e Ódio (The Kiss of Deception, The Heart of Betrayal e The Beauty of Darkness).
"Não podemos julgar um mundo apenas com base naquele em que vivemos. Eu tento ver tudo isso através dos olhos deles, e não dos meus."
De antemão já informo que amei poder voltar ao universo da trilogia anterior e, assim, poder descobrir mais sobre esse universo, além de que, vale a pena frisar que a narrativa deste livro se passa 5 anos após os acontecimentos do livro The Beauty of Darkness. Mas, calma, não é necessário ler a trilogia anterior para se situar a Dance of Thieves, dá para ler este volume tranquilamente, só que, para quem não leu e pretende ainda ler as Crônicas de Amor e Ódio vai se deparar com vários spoilers.

Ao começar a ler Dance of Thieves me deparei com uma narrativa tão viciante e mais bem estruturada que os livros anteriores que fui completamente fisgada e foi difícil soltar o livro, inclusive até determinado ponto da narrativa estava tão eletrizada que não conseguia ver nada que me desagradasse realmente, mas no final do livro eu meio que me frustrei com o desenlace rápido e meio sem graça, mas depois Mary E. Pearson joga uma bomba e sai correndo deixando um gancho enorme para o próximo volume, de modo que, é impossível não ficar curiosa com o que me aguarda no exemplar seguinte (que não demore muito ser lançado!).

Não vou atropelar minha resenha, deixem eu delinear o que encontramos nesse livro: a narrativa é toda contada em primeira pessoa, mas por pontos de vistas diferentes, isto é, pelo casal protagonista: a Rahtan Kazi (uma jovem garota que faz parte da guarda pessoal da Rainha de Venda) e pelo Patrei Jase (que é a cabeça que governa e comanda a Torre da Virgília de Tor e a Boca do Inferno.
"Éramos as mais jovens dos Rahtan, mas éramos Rahtan. Isso queria dizer alguma coisa. Queria dizer muita coisa. Éramos a guarda do mais alto escalão da rainha e não conquistamos essas posições por sermos todas desajeitadas."
Logo no começo do livro Kazi é mandada pela própria Rainha para uma missão na Boca do Inferno, para investigar a "política" do Patrei, que parece tratar com desigualdade os moradores de venda, estremecendo ali as alianças entre os governos, mas além dessa missão a Rainha passa para Kazi algo mais secreto que ela terá que investigar. Desse modo, Kazi e um grupo de Rahtans vão para a Boca do Inferno.
"Esse foi o motivo pelo qual meu pai me nomeou o novo Patrei. Eu geralmente era bom em perceber mentiras, melhor do que os meus irmãos. Porém, ser capaz de discernir mentiras não necessariamente revelava a verdade - era necessário escavar mais fundo."
Na Boca do Inferno nos deparamos com a morte do Patrei e a posse de seu filho Jase para ser o novo Patrei. É nesse ambiente de luto e de comemoração, nesse misto de sentimentos que Jase e Kazi se conhecem e acabam se "estranhando". O pior nem chega a ser isso, mas o fato de que por um golpe do destino, os dois acabam sequestrados por comerciantes de escravos e são acorrentados juntos.
"Só estou dizendo que sei que você não gosta de mim, e eu não gosto de você, mas que até podemos ficar livres um do outro, acho que teremos de tirar o melhor que pudermos dessa situação."
Uma verdadeira jornada começa e ambos terão que aprender a lidar um com o outro, sobretudo com suas desconfianças, já que ambos têm pensamentos já formados um sobre o outro, no entanto, com essa convivência forçada eles vão acabar descobrindo facetas que desconheciam e um sentimento mútuo começa a nascer.

Sem dúvida alguma é uma narrativa e um enredo eletrizante, bem estruturado e consegue transportar o leitor para aquele universo fantástico, nos envolvendo com as situações românticas, familiares, políticas e pessoais de todos os personagens. Além de que, a narrativa contada pelos dois pontos de vista nos dá uma visão mais ampla dos acontecimento - veja bem: uma visão ampla, mas a autora não entrega de mão beijada os segredos, não, ok?
"Talvez quando as pessoas estão lutando para sobreviver, elas sintam necessidade de compartilhar coisas com os outros... Até mesmo seus segredos mais profundos. || Não podemos julgar um mundo apenas com base naquele em que vivemos. Eu tento ver tudo isso através dos olhos deles, e não dos meus."
Particularmente, após ler Dance of Thieves consigo ver um melhor desenvolvimento, melhor enredo, melhor forma de narrativa que a série anterior (mesmo também tendo amado Crônicas de Amor e Ódio reconheço que ela é cheia de coisinhas que irritam), acredito que Mar E. Pearson amadureceu muito como escritora e conseguiu convencer ainda mais o leitor que este universo que ela criou tem respaldo.
"A questão em torno dos nomes, de uma marca, é que eles criam mentiras na cabeça das pessoas, uma história inventada e na qual elas desesperadamente desejam acreditar, uma fantasia que só precisa ser alimentada com paciência."
Um ponto que também achei precioso nesse livro foi as questões políticas que foram levantadas, a de gerenciamento do local, das riquezas, os investimentos e o grande poder que tem a palavra e as promessas que os personagens fazem. Isso me deixou extremamente comovida, porque até bem pouco tempo a palavra das pessoas tinham um valor enormes, e aqui Mar E. Pearson conseguiu resgatar o poder das palavras.
Para mim, Dance of Thieves só conseguiu "pecar" no desenlace rápido demais quando os personagens saem da Boca do Inferno e vão para Venda encontrar com a Rainha, achei que seria mais eletrizante, mas sério, achei tão fraco e meio bobo até. No entanto, talvez eu encontre um sentido maior para isso na continuação, já que, claro, alguns pontos ficaram soltos para dar respaldo a uma continuação, inclusive o final do livro que foi completamente confuso para mim, fiquei tipo: O que aconteceu? O que está acontecendo? Eu consigo supor algumas coisas, mas certeza só teremos com o próximo volume.

Para finalizar, só queria ressaltar que o nome da série: Dinastia de Ladrões tem muito a ver com os acontecimentos, inclusive o título do livro que numa tradução comum seria Dança de Ladrões faz completamente sentido e jus ao conteúdo. Sem dúvida, amei e estou ansiosa pela continuação...
"Nós nunca teremos como saber o momento exato em que alguém deixará as nossas vidas para sempre. Quantas vezes eu havia barganhado com os deuses por mais um dia, mais uma hora, apenas mais um minuto? Era pedir demais? Um minuto para dizer todas as coisas não ditas que ainda estavam aprisionadas dentro de mim. Ou talvez eu só quisesse mais um minuto para dizer um adeus de verdade."

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