Mentirosos, E. Lockhart, São Paulo: Seguinte, 2014, 272 pág.
Traduzido por Flávia Souto Maior
COMPRAR: Amazon, Saraiva
Saudações Leitores!
Quando eu recebi a prova antecipada de Mentirosos* eu não sabia bem o que esperar da história e isso foi maravilhoso, do meu ponto de vista, pois me proporcionou um fator surpresa incrível. Confiram a resenha abaixo e me deixem desabafar um pouco meus sentimentos - não, não vou soltar nenhum spoiler, sosseguem... Ah, detalhe: hoje é o dia do lançamento desse livro, pay attention! Outro detalhe: essa capa é a da prova do livro, a capa real dele é diferente da que vocês verão abaixo.
We Where Liars (2013) foi escrito por E. Lockhart, a mesma escritora de O Histórico Infame de Frankie Landau-Banks já publicado no Brasil.
O que posso falar de Mentirosos? Este foi um livro que me roubou as palavras, é um livro extremamente bem escrito, cheio de metáforas, com uma narrativa que prende o leitor, expõe mistério, romance, família e amizade. Se eu tivesse apenas uma palavra para descrevê-lo seria: Inteligente.
"Seja um pouco mais gentil do que precisa ser." (p.125)
A história se passa no decorrer de vários verões (anos) na Ilha Beechwood que é da família Sinclair e, Cadence vai narrando o que lhe aconteceu no decorrer dos anos e o que aconteceu com seus Mentirosos: Gat, Mirren e Johnny. A história prende o leitor desde o começo, pois o jogo de palavras e mistérios vão instigando a cada página.
Mentirosos por ser tão bom e cheio de detalhes completamente reveladores é quase impossível de se resenhar, pois corremos o risco de contar algum spoiller [DeusMeLivre!], sim, cada palavra pode ser um detalhe importantíssimo para o desfecho surpreendente do livro.
Confesso que, fiquei completamente embasbacada com o final e não acreditei e fiquei remoendo durante dias o livro, tamanha foi a genialidade de E. Lockhart, o livro é inteligente e vai deixando pistas e vai surpreendendo a cada página.
"Na primeira noite, chorei, rói as unhas e tomei vinho roubado da despensa de Clairmont. Girei impetuosamente céu adentro, furiosa, golpeando estrelas em seu ancoradouro, rodopiando e vomitando. Bati o punho na parede do chuveiro. Lavei a vergonha e a raiva em água fria, muito fria. Depois fiquei tremendo na cama como o cachorro abandonado que era, pele tremendo sobre os ossos." (p.28)
Vale ressaltar que, o potencial do livro não está apenas no fantástico enredo, mas também na forma de narrar de Lockhart, simplesmente faz mágica com as palavras, ademais os capítulos curtos e a narrativa ágil prende e fascina, absolutamente nada é desnecessário. Lockhart tem o poder da síntese e da objetividade com clareza e encanto, em momento algum eu me senti sendo ludibriada pela autora estar dando voltas na narrativa para dar volume ao livro. Fabuloso!
Outro ponto a favor do livro são os personagens: na medida em que eles são simples, são demasiadamente complexos e cheios de personalidades reais, é como se eles existissem realmente e estivessem ao nosso lado. Nota: não estou me referindo apenas aos personagens principais, mas a todos. Lockhart não negligenciou nenhum de seus personagens, o leitor pode notar o carinho com o qual cada um foi construído. Aqui, também não posso deixar de citar um dos casais mais fofos que já vi: Candy e Gat, os dois tem química, dor, amor, desejo, intensidade, cumplicidade, confesso que meu coração palpitava sempre que os dois estavam juntos.
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