Saudações Leitores!
Sou fã de Kiera Cass então é mais do que natural ansiar pelo lançamento e leitura de A Sereia*, e embora sabendo que esse, na verdade, foi o primeiro livro escrito por Kiera eu esperava algo fabuloso até porque todo o miticismo que gira em torno das sereias sempre me deixou fascinada, agora quero contar para vocês como foi minha experiência de leitura.
A Sereia, Kiera Cass, São Paulo: Seguinte, 2016, 323 pág.
Traduzido por Cristian Clemente
The Siren no Brasil A Sereia (que será lançado em 26 de janeiro de 2016) foi primeiro livro já escrito por Kiera Cass,
conhecida pela sua série A Seleção: A
Seleção, A
Elite, A
Escolha, A
Herdeira, Contos
de A Seleção, Felizes
para Sempre que vem reinventar a mitologia das sereias.
Ao contrário de A Seleção
que me pegou de jeito logo na primeira página, senti uma dificuldade imensa de
gostar de A Sereia, porque eu tenho uma ideia comigo onde considero
escrever um livro de fantasia/ ficção algo bastante difícil porque o autor tem
que convencer o leitor sobre o que está escrevendo, sobre o ‘mundo’ que está
construindo e isso é espetacularmente bem mais complicado do que escrever um
chick-lit ou um romance contemporâneo onde você apresenta fatos corriqueiros, possíveis
de ser reais.
A Sereia não me convenceu, não nego que a leitura seja fácil, fluída e que é
instigante – por isso consegui ler até o fim – mas faltou o tempero, aquilo que
vicia e que te faz parar o livro e pensar o quanto o autor é fantástico e
genial ao ter criado aquilo. Não senti nada ao ler este livro.
De uma forma resumida o enredo é bem raso e supérfluo: temos uma mitologia a cerca das sereias – que não é aprofundada –
onde três jovens lindas servem a Água (que além de ser água, é uma entidade e ‘fala’)
e tem que cantarem para atraírem naufrágios e assassinarem pessoas para
alimentarem a Água, essas jovens servem por 100 anos e depois estão ‘’livres’
para continuarem suas vidas.
Achei os personagens vagos:
Kahlen é uma protagonista que não convence e é depressiva, como alguém como ela
conseguiu viver 80 anos do jeito que vive e não se acostumou? Como alguém que
já viveu quase um século pode não ter perspectivas para o futuro e não ter uma
grande bagagem intelectual e cultural? Kahlen é retrógrada só quer se
apaixonar, mas o que alguém tão egoísta e que vive de forma tão individualista sabe sobre o amor?
É aí que surge Akinli o rapaz
misterioso, com um nome exótico – que eu pensava que poderia significar alguma
coisa, mas não faz sentido algum – e se apaixona por Kahlen, uma ‘garota’ que
só viu algumas poucas vezes e muito rapidamente. Surge uma paixão tão grande que só em estarem
distante os dois adoecem – não, péra – eu sei que o amor é algo profundo, mas é
um exagero haver uma paixão tão forte assim quando você viu a pessoa, o quê?,
quatro vezes e nem chegaram a ter um diálogo realmente profundo.
O que seria de A Sereia
sem as fabulosas Miaka e Elizabeth? As duas personagens sereias irmãs de Kahlen,
definitivamente, salvam o livro, porque apesar de serem
impulsivas e um pouco imaturas para quem já viveu anos e anos, conseguem ser
divertidas e aproveitarem a vida, sem frustrações e arrependimentos.
Agora a pergunta que não quer calar: gostei ou não de A Sereia?
Não, mas eu tentei muito gostar, no entanto, não foi nada do que eu pensava: pecou na
mitologia (ela fez sereias com pernas, isto é, sem rabos de peixe, que é quase
como um vampiro que brilha no sol e não queima) que mesmo sendo da forma como
foi merecia ter sido melhor trabalhada, deveria ter construído personagens
convincentes para seus devidos tempos de ‘vida’ e não deveria ter forçado no relacionamento
de Akinli e Kahlen, pois ficou vazio e superficial, não dá para sentir que ali existia amor,
claro que temos que levar em consideração que esse foi o primeiro livro que
Kiera escreveu e que para um primeiro livro não está tão ruim, mas não chega
aos pés de sua série de sucesso: A Seleção.
Em resumo, para quem já curte a escritora e é fã dos trabalhos dela vale a pena dar aquela conferida no livro, é uma leitura válida, mas não vá com sede ao pote poque você pode perceber que lá dentro não tem águas profundas.
Em resumo, para quem já curte a escritora e é fã dos trabalhos dela vale a pena dar aquela conferida no livro, é uma leitura válida, mas não vá com sede ao pote poque você pode perceber que lá dentro não tem águas profundas.
* Esse livro foi cortesia da Editora Seguinte, para mais informações acesse: Aqui.