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Saudações Leitores!
Vamos a mais um vídeo do projeto #LendoSaramagoEmOrdemCronologica? Dessa vez o vídeo é  a discussão da segunda leitura  do projeto: Claraboia, leitura feita no mês de setembro (2021), acabei atrasando bastante a gravação-edição-publicação desse vídeo, mas é isso: a vida é um corre tão grande que às vezes eu não dou conta.
Então espero que assistam, gostem e também se empolguem para participar do projeto, o cronograma dele está na descrição do vídeo no Youtube, portanto, se tem algum livro que desejam ler, vejam quando será a leitura e vamos ler juntos!

Claraboia - José Saramago #LendoSaramagoEmOrdemCronológica (resenha)

segunda-feira, 8 de novembro de 2021

Saudações Leitores!
O curioso título de A Vida Invisível de Eurídice Gusmão chamou minha atenção para a leitura da sinopse e depois PRECISAVA ler esse livro, amo livro que tragam personagens femininas, gosto de estudá-las e vi essa oportunidade maravilhosa e mergulhei...
Para saber mais sobre o livro, clique AQUI.


A Vida Invisível de Eurídice Gusmão, Martha Batalha, 
São Paulo: Companhia das Letras, 2016, 185 pág.

A Vida Invisível de Eurídice Gusmão (2016) é o livro de estreia de Martha Batalha, escritora nascida em Recife, mas crescida na Tijuca (RJ) e teve um feito raro para um livro de estreia já que seus direitos vendidos para o cinema e para mais de dez editoras estrangeiras.

A primeira coisa que me dei conta ao iniciar o livro foi o "tom" clássico - se é que me entendem - com uma narrativa séria, que não é feita para agradar, mas para "cuspir" verdades e fazer criticas a sociedade da época (década de 20), que, para mim, não mudou tanto na atualidade (como costumamos supor), isto é, retrata um tempo passado, mas prova que o tempo passado não é tão passado assim, pois há ainda muitas coisas que permanecem, muitos pensamentos e ações limitadas e ultrapassadas ainda se fazem presente.


Outra coisa que me chamou bastante atenção é que o livro de uma maneira singular fala do empoderamento da mulher, sobretudo, quando fala do machismo tão presente e das tentativas da personagem Eurídice se libertar do modelo padrão do feminino.

Em A Vida Invisível de Eurídice Gusmão podemos evidenciar com bastante precisão que a "lei" da sociedade era viver de aparência e do "O que os outros vão pensar ou dizer...", tais fatos sobrepunham o amor ou mesmo a felicidade, mostrando que na época as mulheres só poderiam esperar algo como um marido, uma casa e filhos para cuidar, ou seja: viver para os outros e não para si mesma. Que a vida seria uma rotina e marasmo sem fim, pois uma mulher não poderia ter aspirações pessoais e profissionais.
"Nunca teve tanta raiva, Antenor. Só não jogou máquina Singer, neguinha e tauba pela janela porque estava preocupado com o que os outros iam dizer. E era também por estar preocupado com o que os outros iam dizer que não queria que sua mulher costurasse para fora. Iam achar que ele era homem de menos porque a mulher trabalhada demais." (p.52)


O título também é absurdamente coerente com a história (diferente de muitos livros atuais, este é narrado em terceira pessoa) e mostra uma Eurídice que poderia ter se tornado uma mulher brilhante, mas vivia numa sociedade tão limitada e carcereira, uma sociedade machista, que acabou se tornando invisível para poder ser quem queria ser. Aprendeu a camuflar seus sonhos e foi pioneira em muitas coisas, mas escondia.

"Porque Eurídice, vejam vocês, era uma mulher brilhante. Se lhe dessem cálculos elaborados ela projetaria pontes. Se lhe dessem um laboratório ela inventaria vacinas. Se lhe dessem páginas brancas ela escreveria clássicos. Mas o que lhe deram foram cuecas sujas, que Eurídice lavou muito rápido e muito bem, sentando-se em seguida no sofá, olhando as unhas e pensando no que deveria pensar. E foi assim que concluiu que não deveria pensar." (p.12)

Batalha também aproveita-se da história de Eurídice para nos apresentar outras mulheres que poderiam ser qualquer uma e todas ao mesmo tempo,  mulheres que não tinham voz e que eram tão invisíveis quanto Eurídice. Ela retrata tão bem a sociedade de qualquer cidade (interior ou capital) que mostra caricaturas: donas de casa, fofoqueiras, românticas, prostitutas, mentirosas, lutadoras.

Pergunto-me: quantas mulheres poderosas nasceram invisíveis e continuaram invisíveis por todos os dias de suas vidas? Mulheres que poderiam ter sido brilhantes! Vale lembrar que a invisibilidade pode ser vista de várias formas: como aquela que não é enxergada por ninguém, como aquela que para ser enxergada tem que fingir que quem está fazendo algo é o marido, ou aquela que tem que esconder seu verdadeiro eu para não mostrar a fabulosa, criativa e lutadora mulher que é.

Em resumo, há muito tempo eu não lia um livro tão bem escrito, questionador, polêmico e incrível como A Vida Invisível de Eurídice Gusmão, só espero que ele e sua escritora tenham o reconhecimento que a obra merece e sejam apreciados por todos os leitores que tiverem a honrar de poderem apreciar o volume.


Resenha: A Vida Invisível de Eurídice Gusmão - Martha Batalha

quarta-feira, 20 de julho de 2016

Saudações Leitores!
Achei o título de Flores delicado e ao mesmo tempo curioso: por que um título assim? Li a sinopse e fiquei ainda mais cheia de curiosidade, então na primeira oportunidade que tive, mergulhei nesse livro e o resultado falo pra vocês abaixo...
>>> Quer saber mais sobre o livro? Acesse AQUI.


Flores, Afonso Cruz, São Paulo: Companhia das Letras, 2016, 272 pág.

Flores foi escrito pelo português Afonso Cruz que, além de escritor, é ilustrador, cineasta e músico. Afonso Cruz já escreveu alguns livros e ganhou alguns prêmios, isto é, sua escrita está sendo reconhecida.
Este é meu primeiro contato com o autor, mas já tive outros contatos com escritores portugueses - sobretudo meu José Saramago - e sempre gostei bastante, algo que me encanta: usamos o mesmo idioma, mas é tão diferente. Um ponto interessante foi a Editora ter mantido o idioma original, ou seja, não temos tradução, no entanto isso não atrapalha em nada: nem narrativa e nem a compreensão.


O livro tem capítulos pequenos que proporciona uma leitura rápida, não obstante, a leitura flui rica em detalhes e reflexões, é uma maneira extremamente interessante de olhar a vida pelos olhos do personagem-narrador da história.
O narrador-personagem é um jornalista que acabou de perder o pai e está passando por uma crise em seu casamento. O personagem é extremamente egocêntrico e individualista, mas preocupado em si do que com qualquer outra pessoa - incluindo sua filha - e no decorrer de sua narração percebemos que ele não passa de um ser humano infeliz e solitário, mas é orgulhoso demais para admitir isso.

"O que interessa agora é: as verdades não se ouvem, já ninguém quer saber disso... Quando se vive privado de tudo, a verdade importa, mas, quando a temos em todo o lado, parece uma ficção." (p.89)


Em contrapartida, a história e a visão de ver o mundo do personagem muda absolutamente quando ele conhece o Sr. Ulme que perdeu a memória devido a uma cirurgia para tratar de um aneurisma e passa a tentar ajudá-lo a resgatar suas memórias investigando sobre a vida do mesmo.
Em contato com o idoso o personagem passa a divagar sobre a vida, os valores, medos e realmente tem a possibilidade de agir diferente, mas os passos do mesmo são curtos e não conseguiu salvar seu casamento e a relação com a filha criança está abalada e estremecida.

"Porque viver não tem nada a ver com isso que as pessoas fazem todos os dias, viver é precisamente o oposto, é aquilo que não fazemos todos os dias." (p.70)


Aparentemente a única coisa que passa ater sentido em sua vida é resgatar a identidade do Sr. Ulme, contudo, nem todas as descobertas são boas, e há muitos mistérios envolvendo o passado de Sr. Ulme, que era uma pessoa completamente diferente daquela que é atualmente.
De fato, não esperei o desenrolar que aconteceu, mas fica uma reflexão linda a respeito dos seres humanos, suas escolhas, seu passado, suas memórias e o amor. Se somos resultado daquilo que plantamos, então devemos saber se daremos flores ou se não vamos conseguir florescer. Acerca do personagem principal, gosto de pensar que mesmo egoísta e individualista ele pode ter mudado um pouco, aprendido uma lição... quem sabe o amor espalhe sementes no seu coração.


Minha experiência lendo Flores foi a mais gratificante que eu poderia ter (comentei diversas vezes sobre isso nas redes sociais vinculadas ao blog) e é assombroso o quanto é bonito pegar um livro de um escritor que nunca lemos e nos vermos absorvidos pela leitura, concentrados, reflexivos.
Fico encantada quando me deparo com bons escritos, quando o livro modifica a sua visão. Amo quando tenho nas mãos livros que posso saborear a história, a riqueza da narrativa e a profundidade de cada personagem criado e é exatamente isso que aconteceu enquanto lia Flores
Esse é o tipo de livro pra quem quer fugir do clichê, do juvenil, do fugaz e quer algo mais adulto, elaborado, bem escrito... que se torne parte da gente.


"A solidão deve ser a única emoção que não conseguimos partilhar, se o fizermos ela desaparece." (p.184)

Resenha: Flores - Afonso Cruz

segunda-feira, 27 de junho de 2016

Saudações Leitores!
Sou encantada pela narrativa do Lemony Snicket e os livros da série Desventuras em Série estão cada vez melhores, minha experiencia com Inferno no Colégio Interno foi a melhor até agora!


Inferno no Colégio Interno – Livro Quinto (Desventuras em Série), Lemony Snicket, São Paulo: Companhia das Letras, 2002, 200 pág.
Traduzido por Carlos Sussekind
Ilustrado por Brett Helquist

The Austere Academy, no Brasil Inferno no Colégio Interno é o quinto livro da famosa série Desventuras em Série, sendo precedido por Mau Começo, A Sala dos Répteis, O Lago das Sanguessugas e Serraria Baixo-Astral.
Como essa série é uma sucessão de fatos terríveis, assim que termina um livro, automaticamente começa outro a partir do momento em que terminou o anterior, portanto, tal como o Sr. Poe já tinha alertado os irmãos Baudelaire (Violet, Klaus e Sunny) no livro anterior que, se não desse certo na Serraria Baixo-Astral as crianças seriam mandadas para um colégio interno, é exatamente isso que acontece e acompanhamos os três irmãos desde a chegada ao colégio e a sequencia de fatos triste que ocorrem por lá.
Logo de início o vice-diretor Nero – um ser arrogante e brutal, tocador péssimo de violino – explica a leis e regras da Escola Preparatória Prufrock, salientando que quem desobedece é castigado cruelmente, mas o pior é que os irmãos Baudelaire não têm direito a terem dormitório, pois são órfãos e, portanto, vão parar no Barraco dos Órfãos, um lugar úmido, desconfortável e sujo.
Para completar o infortúnio das crianças, temos uma antagonista absolutamente chata, encrenqueira, fofoqueira e que sempre quer chamar atenção, Carmelita Sparks. Mas para ‘balancear’ tanto fato ruim, Violet, Klaus e Sunny conhecem os trigêmeos Quagmire, no entanto um dos irmãos tinha morrido sobrando apenas Isadora e Duncan que acabam se tornando os melhores amigos dos Baudelaire e ajudando-os sempre. Sãos uns fofos (juro que quando eles estavam por perto eu ficava cheia de esperança e com vontade de abraça-los, personagens absolutamente com energia positiva).
"Os amigos podem fazer-nos sentir que o mundo é mais familiar e menos traiçoeiro do que na realidade é." (p.54)
Calma, tá faltando alguém... o Conde Olaf, sim, o ser mais asqueroso da literatura volta a usar mais um de seus disfarces e se torna o professor de educação física e faz os irmãos de um programa de treinamento D.O.R., deixando as crianças exaustas e acabadas durante todas as noites da semana.
O final, como previsto, foi triste e novamente os irmãos Baudelaire terão que ir embora e tentar encontrar a paz e o sossego em outro lugar, mas não vamos nos enganar. Se depender de Lemony Snicket, final feliz, aqui, não existe.
Particularmente eu amei Inferno no Colégio Interno, até agora nas minhas leituras, este foi o melhor livro da série. Vemos os Baudelaire envolvidos com pessoas na mesma faixa etária que eles, temos a presença de personagens já conhecidos nossos e a introdução de outros. Eu só queria que os trigêmeos Quagmire se tornassem personagens recorrentes, pois amei eles. Cativaram meu coração instantaneamente.
Em suma ler a série Desventuras em Série: Inferno no Colégio Interno é algo extremamente prazeroso e rápido (em um dia ou menos dá para terminar a leitura), apesar de antes de começar a ler saibamos (ou suspeitamos) de que as coisas acabaram mal para os irmãos Baudelaire, não podemos dizer que é um livro clichê, pelo contrário segue um estilo próprio, um enredo peculiar e uma narrativa envolvente e cheia de alto explicações.



Resenha: Desventuras em Série: Inferno no Colégio Interno (Livro Quinto) - Lemony Snicket

sábado, 30 de abril de 2016

Saudações Leitores!
Como fã de John Boyne eu precisava conferir seu livro recém lançado no Brasil: Uma História de Solidão* e a leitura foi uma experiência marcante, como sempre esse escritor me surpreende, me emociona e o principal: não me decepciona. Quero compartilhar minha opinião com vocês e através delas motivá-los a lerem!


Uma História de Solidão, John Boyne, São Paulo: Companhia das Letras, 2016, 416 pág.
Traduzido por Henrique de Breia e Szolnoky

A History of Loneliness foi publicado originalmente em 2014, mas apenas recentemente publicado no Brasil com o título Uma História de Solidão escrito pelo irlandês John Boyne, autor best-seller de O Menino do Pijama Listrado e outros títulos como: O Garoto no Convés, O Palácio de Inverno, Noah Foge de Casa, Tormento, Fique Onde está e então Corra.
Sou fã de John Boyne e toda vez que pego um livro dele para ler já sei que vou gostar e vou me emocionar de alguma forma, esse escritor tem um potencial enorme e é sempre um prazer lê-lo.
Em Uma História de Solidão não foi diferente: o livro é narrado em primeira pessoa por Odran Yates, um padre irlandês que vai alternar sua história no presente com lembranças do passado, reforçando o dia em que sua mãe, uma católica fervorosa, teve uma epifania de que Odran deveria ser padre e posteriormente como foi mandado para um colégio para sua formação sacerdotal.
"Que mundo é este em que vivemos, quanto mal causamos às crianças." (p.70)
Toda a infância, adolescência Odran foi muito influenciado pelas ideologias do catolicismo e as tradições religiosas. No seminário ele percebe que leva jeito para padre, mas nem todos que estão ali (muitas vezes de forma forçada) têm a mesma “vocação”, isto inclui seu companheiro de quarto e melhor amigo: Tom Cardle.


Após anos e depois de ter ido para Roma e ter voltado à Irlanda, Padre Odran Yates vai ensinar no Terenure College, após se adaptar a vida no colégio e a rotina ele é mandado para uma paróquia (antiga paróquia de padre Tom Cardle), após essa mudança radical em sua vida. Odran percebe que nunca mais ouviu falar de Tom.
Com uma narrativa não linear o leitor vai juntando os ‘pedaços’ das histórias e vai se delineando uma série de coisas que dão pistas sobre o rumo da história, sobre os segredos que girão em torno do catolicismo.
“Me sentei e, em seguida, estava chorando. Não por mim, acho que não; não pelos horrores das últimas vinte e quatro horas. E sim por como as coisas tinham mudado. Houve uma época em que as pessoas confiavam nos padres, quando levavam um menininho perdido à casa paroquial, não à delegacia. Hoje, era impossível conversar com uma criança sem ser alvo de olhares atravessados. Era impossível fazer uma reunião com os coroinhas sem um pai presente pra garantir que você não tentasse nada com os meninos. E era impossível ajudar uma criança que estava aflita e perdida sem que todos presumissem que você estava tentando raptá-la, sem que cuspissem a palavra pedófilo na sua cara." (p.211)
Em Uma História de Solidão John Boyne aborda bem um tema obscuro: a pedofilia cometida por vários padres que até o final do século passado eram ocultadas pela igreja. Na Irlanda, um país católico passou por vários casos de abusos como esses que ganharam manchetes e noticiários. A história é absolutamente verossímil o que um valor cada vez maior a obra que contou com uma vasta pesquisa por parte do autor.
Uma coisa que me incomodou e muito foi o personagem principal e nosso narrador: Padre Odran Yates que me pareceu ingênuo demais, sem convicção e simplesmente parecia não ter coragem de enfrentar sua vida. Não parece ser uma atitude de alguém com uma idade tão avançada, mas também tentei levar em consideração as cicatrizes que ele carregava, os problemas pessoais e familiares que ele tinha não resolvidos que o atormentaram sempre.


O desfecho foi assustador, triste, angustiantes, mas com o andar da carruagem era previsível. Além da pedofilia John Boyne trata de homossexualismo e os novos parâmetros sociais e religiosos. É muito interessante ler um livro profundo, bem escrito e cheio de história e situações “reais”. De certo modo, é bem difícil lidar com alguns fatos relatados, mesmo ficção o livro tem um peso de denunciar a cultura do secretismo.
"Se eu não conseguir enxergar algo de bom em todos nós e esperar que a dor compartilhada por todos tenha um fim, então que tipo de padre eu sou? Que tipo de homem?" (p.352)
Uma História de Solidão é, de fato, uma obra que critica não apenas ao catolicismo irlandês, mas mundial. Além disso critica a sociedade, as pessoas, a ética, a “justiça” que muitas vezes nem chega a acontecer.


*Este livro foi cortesia da Editora Companhia das Letras, para mais informações clique AQUI.

Resenha: Uma História de Solidão - John Boyne

terça-feira, 12 de abril de 2016

Saudações Leitores!
Eu não sei porque demoro tanto a ler Desventuras em Série, eu sempre espero ler um após o outro mas nunca deu certo e somente agora (após anos de ter a série) consegui ler o volume quatro Serraria Baixo-Astral e venho compartilhar minha experiência de leitura com vocês.


Serraria Baixo-Astral - Livro Quarto (Desventuras em Série), Lemony Snicket, São Paulo: Companhia das Letras, 2002, 176 pág.
Traduzido por Carlos Sussekind
Ilustrado por Brett Helquist

Serraria Baixo-Astral é o quarto livro da série Desventuras em Série escrita por Lemony Snicket (ou Daniel Handler) precedido por Mau Começo, A Sala dos Répteis e O Lago das Sanguessugas.
Com um título tão sugestivo, é claro que esta série é devastadora e não podemos esperar nada de bom nela, ou seja, mesmo que as coisas pareçam estar melhorando não adianta nos animarmos porque algo realmente ruim pode acontecer a qualquer momento.
Após a desventurada situação vivida pelos irmãos Baudelaire (Violet, Klaus e Sunny) na casa da tia Josephine por conta do temível Conde Olaf, o Sr. Poe decide levar as crianças para a Serraria Baixo-Astral na cidade de Paltryville.
Contudo o que parecia uma solução para encontrar um lar para os irmãos Baudelaire, tudo sai exatamente o oposto, na Serraria Baixo-Astral as crianças passam a ser tratadas como empregadas pelo próprio tutor (Senhor) que afirma que as crianças tem que pagar pela estadia delas.
Assim sendo, todos na fabrica ‘vivem’ sobre a tirana do capataz Flaucutono e são escravizados a ponto de não terem o direito a café da manhã e o almoço ser apenas um chiclete.
Se as coisas já estavam ruins imagina quando Shirley aparece? Shirley é nada mais, nada menos do que o asqueroso Conde Olaf disfarçado. Diante do horror vivido pelas crianças, elas irão além de sofrer terem que convencer os outros de que Shirley é o Conde Olaf.
Logo no começo do livro Lemony Snicket já nos deixa de sobreaviso que esse livro quarto é ainda mais triste do que os anteriores. Ele estava certo: fiquei agoniada vendo as crianças passarem fome, terem que trabalhar até a exaustão e serem desacreditadas e sem ninguém para apoiá-las e amá-las.
Essa série é realmente bem escrita e muito gostosa de ler, apesar de todo o sofrimento dos irmãos Baudelaire, há algo imensamente envolvente no mistério, na participação intrometida do narrador. Indico muito a leitura.


Resenha: Desventuras em Série: Serraria Baixo-Astral (Livro Quarto) - Lemony Snicket

terça-feira, 22 de março de 2016

Saudações Leitores!
Sabe quando um de seus escritores favoritos publica um livro e você fica vibrando para logo colocar as mãos nele e 'devorá-lo'? Foi bem isso que aconteceu com Percatempos* eu ansiei para ler e, quando enfim li, eu devo dizer que fiquei um pouco frustrada e quero explicar para vocês meus motivos:


Percatempos: Tudo o que faço quando não sei o que fazer, Gregório Duvivier, São Paulo: Companhia das Letras, 2015, 112 pág.

Percatempos: Tudo o que faço quando não sei o que fazer é mais um livro do Gregório Duvivier, também autor de Ligue os Pontos Put Some Farofa.
Acredito que quem acompanha o blog sabe que tenho uma grande admiração pelo trabalho do Gregório Duvivier, acho um escritor bem crítico, irônico, sarcástico e bem humorado, ele tem sempre algo a falar e é polêmico e reflexivo, o que é uma grande característica em um mundo tão vazio de pensamentos originais e críticos, mas infelizmente essa nova produção do escritor não me envolveu.
Percatempos é uma leitura bem visual e mesmo trazendo as características primordiais das produções de Duvivier (humor, crítica, pegadas rápidas) não consigo esconder meu desapontamento e após a leitura (que levou uns 10 minutos) cheguei a conclusão de que um livro assim não tinha muita necessidade de ser publicado.
Não vou dizer que não é criativo e engraçado – algo que Duvivier faz quando não está fazendo nada, mas o pensamento continua ali a martelar na cabeça, só que diferente das outras produções do escritor Percatempos carece de uma substância maior que dê um sentido a publicação e, como leitora, não consigo encontrar sentido para um livro assim.
Em suma, estou desapontada, senti que o livro deu todas as pistas de que seria uma “perda de tempo”, mas eu fui na fé que tenho no escritor e acabei tomando um banho de água fria.

*Esse livro foi cortesia da Companhia das Letras, para mais informações sobre o mesmo, clique AQUI.

Resenha: Percatempos - Gregório Duvivier

quarta-feira, 9 de dezembro de 2015

Saudações Leitores!
Gosto de livros que nos fazem questionar e pensar em muitas coisas dentro daquela história na medida em que vamos lendo e O Gigante Enterrado* me proporcionou esse sentimento. O livro foi recentemente lançado pela Companhia das Letras que me enviou uma prova do mesmo para que eu pudesse resenhar, agora vocês conferem abaixo o resultado da leitura.

O Gigante Enterrado, Kazuo Ishiguro, São Paulo: Companhia das Letras, 2015, 400 pág.
Traduzido por Sonia Moreira

O Gigante Enterrado (2015, The Buried Giant) é um livro de Kazuo Ishiguro, que há 10 anos sem escrever presenteia, novamente, seus leitores com mais uma obra. Ishiguro é nasceu no Japão, mas erradicou-se na Inglaterra. Trata-se de um escritor com romances premiados e já adaptados cinematograficamente, escreveu o livro Não Me Abandone Jamais, Noturnos, Quando Éramos Órfãos e Os Resíduos do Dia.
Logo no começo da obra começamos a acompanhar um casal de idosos Axl e Beatrice que saem do lugar onde moram para ir a procura de seu filho, já que estão há anos sem se encontrarem. Portanto, a narrativa fala sobre essa viagem do casal, os percalços, as aventuras e descobertas.
É interessante ressaltar que a história se passa em uma terra marcada por guerras e há algo místico onde os personagens não conseguem se lembrar quem são e nem de seus passados com exatidão. No princípio do livro pensei que isso se dava porque o casal era idoso, com o desenrolar da narrativa percebi que havia um mistério, uma névoa (como os personagens chamam) de esquecimento que se alastrou por todas as pessoas, com o prosseguimento da narrativa, vão surgindo outros personagens que acompanham o casal de idosos nessa jornada, que acaba mudando completamente de rumo.
"É muito esquisito mesmo como o mundo está esquecendo das pessoas e de coisas que aconteceram ontem ou anteontem. É como se uma doença tivesse contagiado a todos nós." (p.27)
Nesse ínterim, surgem o guerreiro Wistan, o menino aprendiz Edwin, e o cavaleiro de Artur, Sir Gawain. Todos os personagens juntos debatem sobre diversas temáticas e conceitos que nos fazem questionar e recordar um pouco da nossa própria vida. Ficamos a par que a névoa do esquecimento é fruto do bafo da dragoa, que deve ser morta para que todos possam recordar de seu passado.
Na medida em que essa viagem torna-se uma aventura e ao mesmo tempo algo além do que Axl e Beatrice imaginaram ao sair da comunidade em que moravam, vamos percebendo descobrindo fatos sobre a vida de cada um dos personagens que de certa forma estão todos ligados, mas que por conta da névoa, jamais poderiam saber, tais detalhes vão se delineando em sonhos, pequenas recordações, coisas que aparentemente os próprios personagens têm dúvida se o que lembram é/foi real ou não.
"Eu me pergunto se, sem as nossas lembranças, o nosso amor não está condenado a murchar e morrer." (p.59)
Esse é um ponto genial do livro, porque o leitor se coloca sob a névoa do esquecimento também, ou seja, não somos apenas leitores passivos, nós acabamos participando dessa narrativa, estamos sob o efeito da névoa, não recordamos o nosso passado, que é o passado da humanidade, porque nem toda a história possível seria capaz de nos fazer lembrar todas as vitórias, guerras, perdas e dores pelas quais a humanidade já passou.
"Se as nossas lembranças voltarem e, entre elas, a de momentos em que te desapontei, ou de atos condenáveis que eu um dia possa ter cometido e que a façam olhar para mim e não enxergar mais o homem que você está vendo agora, me prometa uma coisa pelo menos: prometa, princesa, que não vai esquecer o que sente por mim no fundo do seu coração neste momento. Pois de que adianta uma lembrança voltar da névoa se for para apagar outra? Você me promete isso, princesa? Promete que vai guardar para sempre no seu coração o que está sentindo por mim agora, não importa o que você veja quando a névoa passar?" (p.320)
Sem dúvida, O Gigante Enterrado, é um desses livros que nos fazem refletir sobre nossa própria história, sobre tudo aquilo que esquecemos e já não somos mais capazes de lembrar. Durante toda a leitura me deparei com temas absurdamente fantásticos e passíveis de um estudo mais aprofundado, de uma pesquisa e análise literária, sem dúvida, se eu tivesse algum artigo para fazer sobre algum livro, eu escolheria esse.
Não vou dizer que a leitura é fácil, leve, fluida, os livros de Ishiguro, pelo menos o que já tinha lido anteriormente (Não Me Abandone Jamais) não é uma leitura fácil e bonitinha, é uma narrativa lenta, lenta como uma viagem a pé, para fazer o leitor pensar e assimilar o que está lendo. Kazuo Ishiguro tem uma narrativa madura, um estilo próprio, um jeito lento de contar estórias e uma forma peculiar de misturar realidade, ficção e elementos fantásticos/absurdos.
"_Axl, me dia uma coisa, se a dragoa morrer mesmo e a névoa começar a se dissipar... Axl, você alguma vez já teve medo do que nós vamos descobrir quando isso acontecer? 
_ Mas você mesma não disse, princesa, que a nossa vida juntos é como uma história com final feliz, não importa que curvas ela tenha feito no caminho." (p.308)
O leitor tem que se entregar a essa leitura para poder tentar recuperar sua essência, não é apenas uma leitura para entreter e passar o tempo, é um livro para inquietar. Apesar de eu ter gostado muito, sei e reconheço que o livro pode não agradar a todo tipo de leitor, acredito que é uma leitura madura, complexa e metafórica que merece ser observada, sobretudo, as entrelinhas, o não-dito.
Para concluir, quero ressaltar o próprio título do livro O Gigante Enterrado, daria um bom estudo sobre o que é o gigante enterrado e o porquê desse título tão metafórico, Fabuloso desde a escolha do título ao seu desenvolvimento.
"O gigante, que antes estava bem enterrado, agora se remexe." (p.369)
Minha experiência anterior com o escritor, fez-me apreciar bem mais esse livro do que o anterior, porque antes eu não sabia que estilo de narrativa esperar e agora, bem mais preparada e mais madura literalmente e literariamente, inclinei-me a apreciação da obra e gostei, não obstante, creio que em alguns momentosa narrativa se tornou brevemente maçante, mas o escritor soube contornar esse detalhe, com partes bastante eletrizantes e misteriosas. No fim da leitura fiquei com saudade, confesso que fiquei afeiçoada aos personagens – sobretudo ao casal de idosos – e chegar ao fim, com aquele Fim, me deixou saudosista.

*Esse livro foi cortesia da Companhia das Letras, para maiores informações acerca do mesmo acesse AQUI.

Resenha: O Gigante Enterrado - Kazuo Ishiguro

quarta-feira, 1 de julho de 2015

Saudações Leitores!
Como eu queria ler A Insustentável Leveza do Ser*! Fazia anos que ouvia falar da obra e nunca tinha atentado para de fato realizar o desejo de leitura, enfim a oportunidade chegou e abracei-a com gosto. Foi uma leitura que me surpreendeu: não foi o que eu esperava, mas foi algo muito bom e intensa.


A Insustentável Leveza do Ser, Milan Kundera, São Paulo: Companhia das Letras, 2008, 312 pág.
Traduzido por Tereza Bulhões Carvalho da Fonseca

Nesnesitelná Lekkost Bytí no Brasil A Insustentável Leveza do Ser foi publicado originalmente no ano de 1984, pelo autor tcheco Milan Kundera. Foi adaptado para o cinema em 1988 com o título The Unbearable Lightness of Being.
O romance acontece na cidade de Praga e Zurique em 1968, mas não se detém apenas nesse ano, ela começa aí e segue por décadas. A narrativa também acontece na época da invasão da Tchecoslováquia pela Rússia, ou seja, o clima de tensão política também é encontrado nas páginas do livro. A Insustentável Leveza do Ser acompanha a trajetória de Tomas, Tereza, Sabina e Franz. Tudo o que está relacionado ao amor e as traições pertinentes ou não numa relação.
"Só o acaso pode nos parecer uma mensagem. Aquilo que acontece por necessidade, aquilo que é esperado e se repete cotidianamente é coisa muda apenas. Somente o acaso tem voz. Tenta-se ler no acaso como as ciganas lêem no fundo de uma xícara os destinos deixados pela borra do café." (p.51)
A Insustentável Leveza do Ser é dividido em sete partes: A leveza e o peso; A alma e o corpo; As palavras incompreendidas; A alma e o corpo; A leveza e o peso; A grande marcha; O sorriso de Karenin. Estas partes versam sobre os quatro personagens e a forma de viver e refletir sobre a vida e suas relações pessoais e amorosas.
O que posso falar mais sobre esse livro? Sabe aquele livro superestimado que todo mundo fala, que tem filme e que todo mundo tem vontade de ler [mas geralmente não leram]? Pra mim, esse livro era A Insustentável Leveza do Ser, na verdade eu nem ao menos me preocupei em saber sobre o que era o livro, de fato, além do mais quase não tinha informações sobre o escritor, mas eu criei uma vontade enorme de lê-lo e ano após anos a vontade foi apenas crescendo.
"O amor não se manifesta pelo desejo de fazer amor (esse desejo se aplica a uma multidão inumerável de mulheres), mas pelo desejo do sono compartilhado (esse desejo diz respeito a uma só mulher)." (p.20)
Enfim, o grande dia chegou e pude ter em mãos a obra de Milan Kundera, não pestanejei em ler. Minha opinião é que o livro aborta temas muito filosóficos, mas que são muito pertinentes porque nem sempre paramos para refletir sobre eles e o livro nos ajuda a lembrar de tais temas e, de certa forma, acabamos por perceber que já temos alguma opinião formada sobre o assunto.
Não obstante, eu achei A Insustentável Leveza do Ser muito [muito mesmo] filosófico e como já faz algum tempo que não tenho uma leitura tão densa eu meio que me arrastei e percebi que tenho que ler mais clássicos, porque eles são demasiadamente indispensáveis para uma compreensão mais universal da vida e a leitura que entretém também ensina-nos a pensar sobre a universalidade dos sentimentos.
"A história é tão leve quanto a vida do indivíduo, insustentavelmente leve, leve como a pluma, como uma poeira que voa, como uma coisa que vai desaparecer amanhã." (p.219)
Gostei bastante da leitura, apesar de achar difícil e diferente do que estou lendo nesses últimos tempos, foi muito gratificante e, sim, espero reler este livro e poder retirar dele ainda mais reflexões filosóficas que me passaram despercebidas na minha primeira leitura.
Para finalizar, vou me abster de indicações, porque não quero ter culpa no cartório caso vocês leiam e não gostem, Milan Kundera, definitivamente, não é uma leitura para todos, atrevo-me a dizer que A Insustentável Leveza do Ser teria me frustrado se eu soubesse mais ou menos do que se tratava, mas como eu só tinha vontade de ler o livro acabei me surpreendendo, e isso foi um dos pontos positivos durante minha leitura, mas foi bem arriscado.
"Não se brinca com as metáforas. O amor pode nascer de uma simples metáfora." (p.16)
 
*Este livro foi cortesia da Editora Companhia das Letras, para saber mais sobre o mesmo, clique AQUI.

Resenha: A Insustentável Leveza do Ser - Milan Kundera

sábado, 9 de maio de 2015

Saudações Leitores!
Sou simplesmente fã desse escritor e na primeira oportunidade que tive de ler Put Some Farofa* não deixei passar e só tenho uma coisa a dizer: que livro incrível! Um livro que podemos nos ver diante de vários pensamentos, ideias e colocações de Duvivier e todas elas valem a pena: questionam, intrigam, inquietam. Saiba mais na resenha:


Put Some Farofa, Gregorio Duvivier, São Paulo: Companhia das Letras, 2014, 208 pág.

Put Some Farofa é um livro de crônicas e roteiros de Gregorio Duvivier, na nota dos editores ficamos sabendo que vários dos textos encontrados foram publicados em jornais e no canal Porta dos Fundos.
Quando li Ligue os Pontos, um livro de poemas de Duvivier, fiquei encantada com a forma irônica, sarcástica e humorística de encarar o cotidiano e os pequenos e quase invisíveis e menosprezados fatos da vida, portanto a publicação de Put Some Farofa foi muito bem-vinda.

"O primeiro comentário sobre uma mulher é sempre este: feia. Bonita. Gorda. Gostosa. Comeria. Não comeria. Só que ela não perguntou, em momento nenhum, se alguém queria comê-la. Não era isso que estava em julgamento (ou melhor: não deveria ser). Tinham que ensinar na escola: 1. Nem toda mulher está oferecendo o corpo. 2. As que estão não são pessoas piores. " (p. 56-57)

Este livro de Duvivier é uma leitura obrigatória para os fãs do escritor/ator/roteirista/poeta, porque aqui ele mostra suas múltiplas facetas da forma mais incrível possível: é perceptível que Gregorio Duvivier tem tato para olhar todas as coisas sob vários ângulos e daí surge as ideias mais engraçadas, bizarras e críticas para criar seus textos que sempre são um sucesso.
Todas as crônicas são maravilhosas, simplesmente gostei de todas, mas vou ressaltar uma que me divertiu bastante: "Pardon Anything". Certamente quem ler este livro irá apreciar todas.

"A busca pela novidade escraviza. O apego ao passado não é uma prisão: a pior escravidão é a necessidade de frescor. A felicidade pode estar, sim, na repetição do passado, na encenação da memória, nas nossas velhas falhas de sempre. Não há nada de errado com tudo o que a gente tem errado." (p.183)

Put Some Farofa é um livro de leitura rápida, mas nem todos os textos são de simples entendimento, Duvivier escreve de forma sagaz e suas ironias e sátiras atacam emissoras de televisão, políticos, religião, sociedade e até o vizinho acolá da esquina [rsrsrs, eu queria soar engraçada nessa parte].
O que mais me agrada nesse tipo de livro é que nos vemos diante de um escritor multifacetado e podemos apreciar a visão de mundo e as ideologias desse escritor, além de vermos como ele se porta passeando pelos mais variados assuntos, geralmente leitura de contos, crônicas e poemas nunca me cansam e acredito que isso aconteça com todos os apreciadores deste gênero.
Eu só tenho elogios para com Put Some Farofa e acredito de o gigante Duvivier tem muito ainda a mostrar para nós, leitores, e sempre será um prazer demasiadamente grande poder ler o que ele escrever e, gostaria de indicar a todos os leitores que gostam de uma boa literatura que inquieta e te coloca contra a parede de suas próprias ideias, é bom ser confrontado e questionado e uma obra literária que consegue tal feito certamente será perene.


* Este livro foi cortesia da Companhia das Letras, para saber mais sobre ele clique AQUI.

Resenha: Put Some Farofa - Gregorio Duvivier

sábado, 17 de janeiro de 2015

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