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Resenha: O Menino no Alto da Montanha - John Boyne

quinta-feira, 15 de setembro de 2016

Saudações Leitores!
Gente, meu coração tá explodindo de vontade de falar de O Menino no Alto da Montanha porque amei com todas as minhas força e preciso desabafar e fazer com que vocês desejem ler também.

>>> Para saber mais sobre esse livro acesse AQUI.


O Menino no Alto da Montanha, John Boyne, São Paulo: Seguinte, 2016, 225 pág.
Traduzido por: Henrique de Breia e Szolnoky

The Boy at the Top of the Mountain (2015)  é o mais novo livro do meu escritor irlandês favorito, John Boyne, publicado no Brasil com o título O Menino no Alto da Montanha, Sou suspeita para falar do livro já que, como disse, sou fã do autor. Tem resenha de outros livros do Boyne aqui no blog: O Menino do Pijama ListradoO Garoto no ConvésO Palácio de InvernoNoah Foge de CasaTormento, Fique Onde Está e Então Corra e Uma História de Solidão.

Para início de "conversa", O Menino no Alto da Montanha tem como contexto histórico a época da Segunda Guerra Mundial e a história é dividida em três partes. Durante as três partes vamos acompanhar a história de Pierrot.


Na primeira parte acompanhamos Pierrot, uma criança de sete anos vivendo com sua família na França e tem como melhor amigo um judeu. Pierrot em sua imensa inocência e ingenuidade não consegue compreender as constantes brigas de seus pais: um alemão (que lutou na guerra) casado com uma francesa. Há muitas coisas que Pierrot não consegue entender, inclusive a questão do preconceito contra os judeus, tanto que sua amizade com um judeu surdo é um dos exemplos de sua inocência e pureza. A amizade é retratada com demasiada delicadeza, é impossível não se encantar com essa parte.


No entanto, já na segunda parte do livro começam a acontecer muitas mudanças na vida de Pierrot, sobretudo quando fica órfão e vai parar num orfanato até que encontram sua tia Beatrix - a qual ele sempre ouviu falar, mas nunca tinha conhecido - e ela manda buscá-lo para morar com ela numa casa no alto da montanha chamada Berghof em que ela trabalhava como governanta. Essa parte do livro é bem complexa, pois Pierrot vai conviver com os alemães e aprender coisas nunca imaginadas, terá que perder um pouco sua identidade e suas memórias e isso começa a partir do nome, quando sua tia Beatrix o troca por Pieter, para que soe mais alemão. Pierrot não entende muitas coisas, no entanto, aos poucos vai se transformando e mudando seu comportamento, sobretudo quando conhece o dono da casa que aceitou sua presença nela: Adolf Hitler. Pierrot está numa fase de crescimento e se vê exposto a uma série de ideologias que contradiziam seu passado, mas que Pieter aceita e passa a seguir de maneira achar que a crueldade é o que há de normal e certo.

"Por favor, confie em mim. Você pode continuar sendo Pierrot no coração, claro. Mas, no alto da montanha, quando houver outras pessoas por perto e, principalmente, quando o senhor ou a senhora estiverem lá, você será Pieter."(p.86)


Já na terceira e última parte vemos Pierrot - agora totalmente Pieter - completamente seguidor das ideias de Hitler e completamente diferente de quem era quando chegou no alto da montanha, Pieter não é puro e inocente, fazendo coisas inimagináveis para sua tão tenra idade. Confesso que precisei de força para ler esse livro, porque é cruel e tão real... ver uma criança ingenua e pura se tornar algo tão monstruoso por pura influência de Hitler. É doloroso ver como se desenvolve essa parte do livro, inclusive depois da derrota da Alemanha na guerra, a morte de Hitler e a invasão de Berghof.

Sim, há um epílogo onde podemos conhecer ainda mais que fim levou Pierrot e como anda seus sentimentos em relação a culpa, arrependimentos ou não, como ele está lidando com a consciência. Essa parte é fabulosa, sim, mas ao mesmo tempo dolorosa, ver um personagem que aprendemos a amar (na primeira parte) e a depois odiar (na segunda e terceira partes) dizer seus sentimentos e responsabilidades diante das escolhas que fez. Pierrot perdeu tanto de sua inocência e caráter que ao final da obra só conseguimos ver um lastimável, solitário e desolado Pieter independente do que tenha ou venha a construir.


Como sempre, acho incrível como John Boyne constrói suas histórias em contextos tão trágicos e ao mesmo tempo faz com que o leitor além de se emocionar possa refletir sobre o que está lendo, sobre a pior "face" do homem.

Ao terminar a leitura de O Menino no Alto da Montanha fiquei inquieta, uma parte eufórica por ler algo tão bem escrito e outra parte triste, porque é uma história triste - não há nada de feliz em uma guerra - e é extremamente angustiante acompanharmos a transformação de uma criança com sua mente fraca/pura/inocente sendo corrompida por ideologias devastadoras e cruéis, transformando um bom coração em algo tão cheio de maldade a ponto de considerar aquele caminho aquela forma de ver a vida a correta, já que foi o que lhe ensinaram - um caminho trilhado por outros o qual foi "forçado" a percorrer.


Em suma, meu coração se despedaçou com essa leitura, novamente, Boyne, foi um escritor destruidor e ao mesmo tempo magnifico. Sem dúvida, Boyne, nasceu para escrever e continua no topo dos melhores escritores que já li. Sem dúvida alguma você, leitor, deveria dar uma chance a esse livro, certamente não haverá arrependimentos, no entanto, caso não o leia, está perdendo a oportunidade de ler algo bem escrito, com uma história fabulosa e envolvente.

6 comentários :

  1. Oi Mila!
    Vi essa capa e pensei "nossa, parece coisa do autor de O Menino do Pijama Listrado" ai li o nome do autor e "ué".
    Gente, parece ainda mais devastador que O Menino! Alguns autores têm essa conexão com personagens de tal maneira que o que eles escrevem parece extremamente real. Quando se trata de livros ambientados em momentos históricos tensos, livros que envolvam crianças vivendo esses períodos, cara, eu me quebro Ç_Ç
    Vou procurar quando puder porque adorei a indicação!

    Beijos,
    Denise Flaibam.
    http://www.queriaestarlendo.com.br/

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    1. Olá Denise,
      pelamordeDeus leia esse livro é destruidor, mas putz, dá aquela sensação gostosa de estar lendo algo incrivelmente envolvente, bem escrito e real... Queremos mais John Boyne, vida longa ao escritor! hahaha

      xoxo
      Mila F.

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  2. eu adoro os livros com essa temática, por algum motivo gosto de estudar sobre esses periodos e sei que os livros de ficção contem altas pesquisas e que sempre me trazem alguma nova informação e Boyne é o rei nesse sentido, ele sabe fazer a obra ganhar vida e eu como leitora ser absorvida
    http://felicidadeemlivros.blogspot.com.br/

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    1. Exatamente Thai,

      John Boyne sempre faz pesquisas bem profundas ao escrever seus livros- dá para notar que ele faz o "dever de casa" direitinho - e mesmo juntando realidade com ficção, vemos as possibilidades quase reais que aquela ficção pode, sim ter acontecido de alguma maneira... Adoro livro assim.

      xoxo
      Mila F.

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  3. John Boyne parece que a cada livro se supera, é capaz de sempre surpreender o leitor.

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    1. Olá Carlos,

      isso realmente me surpreende, Boyne está sempre se reinventando mesmo seguindo seus próprios padrões já conhecidos... ele cria enredos envolventes, bonitos e trágicos...

      xoxo
      Mila F.

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Muito obrigada pelo Comentário!!!!

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